António Charrua

About
António Charrua nasceu em 1925, em Lisboa, e faleceu a 21 de agosto de 2008, em Évora. Dedicou-se à pintura, escultura, gravura e tapeçaria. Frequentou em Lisboa o curso de Arquitetura que acabou por abandonar. Realizou a sua primeira exposição em 1953, no Porto, e, desde aí, expôs regularmente, trabalhando em várias áreas: na pintura, no desenho, na gravura, na cerâmica, e também na escultura. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian no estrangeiro entre 1960 e 1961.
A sua pintura, num primeiro período, caracterizou-se por uma busca estrutural da figura, de eixos verticais muito marcados. Mais tarde, estes eixos serviram de apoio estrutural no processo de abstracionismo ao qual se dedicou a partir dos finais dos anos cinquenta. Mas, ao longo da seguinte década, António Charrua explorou as possibilidades expressionistas do informalismo, contrastando listas de cores puras com zonas castanhas ou cinzentas. Esse cunho expressionista, muitas vezes abstrato, levou-o a uma numerosa produção artística influenciada pela Pop Art. Está representado na coleção da Fundação Calouste Gulbenkian, no Museu Soares dos Reis e no Museu de Helsínquia. Começou a colaborar com a Manufatura de Tapeçarias de Portalegre em 1965. 
O passo seguinte foi a introdução de colagens e objetos combinados com pintura. Estas colagens e objetos, realizados nos anos sessenta, referiam lutas políticas, como a Guerra Civil de Espanha ou ao Vietname, o que reflete a inquietação causada pelas guerras que também Portugal sustentava em África e das quais não se podia falar abertamente.
António Charrua assimilou diversas influências que se refletem na sua obra, entre as quais Resende, Vedova ou Rauschenberg, assimilações essas que o conduzem a uma pintura forte e comunicativa.