João Vieira

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João Vieira nasce em Vidago, Trás-os-Montes, a 4 de outubro de 1934. Em 1951 ingressa na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, frequentando os dois primeiros anos do curso de pintura, que abandona, desiludido com o ensino aí praticado. Depois de um período de permanência na sua região natal, regressa a Lisboa "para desenvolver uma intensa e original atividade criativa" [1] Começa a expor em 1956, ano em que se liga ao Grupo do Café Gelo, quando partilhava um atelier por cima deste café localizado no Rossio. Um ano depois parte para Paris; frequenta a Academia la Grande Chaumière e associa-se a José Escada, René Bertholo, Gonçalo Duarte, Lourdes Castro, Christo e Jan Voss na fundação da revista e do grupo KWY.
Em 1959 é-lhe atribuída uma bolsa de estudos pela Fundação Calouste Gulbenkian, o que lhe possibilita colaborar com o pintor Arpad Szènes, também radicado em Paris. Nessa altura João Vieira integrava, juntamente com os antigos colegas do Grupo do Gelo (ao qual se associaram Costa Pinheiro, Jan Voss e Christo Javacheff), o grupo KWY. Realizam em conjunto exposições em Paris e em Lisboa e publicam uma revista.
 As suas pinturas, sempre abstratas e de carácter gestual, apresentam elementos formais simples que são assumidos como signos elementares. A execução destes trabalhos com tinta espessa de intenso valor cromático aproxima-os das obras de alguns pintores informalistas. Mais tarde, João Vieira começa a introduzir letras nas suas pinturas, realizando também algumas esculturas em forma de caracteres tipográficos, de que é exemplo a exposição-instalação o "Espírito da Letra", apresentada em Lisboa em 1970 e que foi também objeto de uma performance durante a qual o artista destruiu a própria obra.
Neste período, João Vieira utiliza alguns materiais modernos que raramente eram utilizados nas artes plásticas, como o poliuretano (tipo de material plástico). Para além da pintura, da escultura e da performance, o artista interessa-se por outros tipos de expressões artísticas, como o cinema, o vídeo, o design e o teatro. Nesta área foi autor de algumas cenografias, dedicando-se também à encenação de algumas peças, o que lhe valeu a atribuição de alguns prémios como o Prémio do Círculo de Teatro Latino de Barcelona, em 1968 e o Prémio Nacional do Teatro, de 1971. 
Foi professor de pintura no Maidstone College of Art, em Londres, no IADE e na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. Em 1978 lecionou cenografia no Conservatório Nacional.