Vitor Pomar

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Artista plástico, filho do pintor Júlio Pomar, nasceu em 1949, em Lisboa. Frequentou a Escolas de Belas-Artes do Porto e de Lisboa (1966-1969). Em 1970 realiza a sua primeira exposição individual (Galeria Quadrante, Lisboa) e nesse mesmo ano emigra para a Holanda onde frequentou a Academia Livre de Haia e a Academia de Arte de Roterdão, completando os estudos em 1973. Ensinou serigrafia na Academia Livre de Haia entre 1973 e 1974. Entre 1976 e 1985, ano em que regressou a Portugal, trabalhou no quadro do "Regulamento dos Artistas Plásticos" (BKR) em Amesterdão. Trabalhou em 1982 durante cinco meses em Nova Iorque.
 "Foi durante este período que Vítor Pomar consolidou um processo criativo muito próprio, combinando experimentalismo e espiritualidade na sua abordagem exploratória da pintura, e sobretudo no modo como esta se entrecruza com outras técnicas artísticas a que recorre sistematicamente, como a fotografia, o vídeo, o filme, o desenho ou a escultura"*  
Utiliza no seu trabalho técnicas tão variadas como a fotografia a preto e branco, o cinema experimental em 16 mm e Super 8 e o vídeo. No que se refere à pintura, a utilização exclusiva do preto e branco marca grande parte da sua produção (1977-1985). Ainda que alguns cinzentos apareçam, é o contraste máximo dos valores luminosos que predomina. A leitura do movimento também é facilitada por este cromatismo que recusa a sensorialidade. O primado do plano do suporte é respeitado em diversos aspetos, desde a marca do arrastamento dos pigmentos até à sugestão de alguma forma plasmada, obtida a partir da utilização de um pano ou papel recortado. No arrastamento dos pigmentos surgem por vezes estrias, que sugerem transparências e luminosidades, sempre subordinadas à presença do movimento. Assim, também por isto, o contraste preto/branco, no plano, corporiza-se. Entre a presença inerte da tinta e o seu domínio gestual uma textura oticamente ativa é criada. A sua obra mais recente reflete referências do Abstrato-Expressionismo e uma forte heterodoxia pessoal.
Após o regresso a Portugal em 1985 interrompe a produção artística. Funda e dirige a Associação cultural Casa-Museu Álvaro de Campos em Tavira entre 1987 e 1989. Retoma a prática artística no final da década, expandindo a sua atividade para novos meios de expressão. Realiza pinturas, fotografias, instalações, objetos. Expõe na Galeria EMI - Valentim de Carvalho e na Galeria Graça Fonseca.
Vítor Pomar foi o vencedor do Prémio de Pintura EDP-arte, em 2002.
Vítor Pomar está representado em diversas coleções, públicas e privadas, podendo destacar-se as seguintes: Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto; Ministério das Finanças, Lisboa