Carlos Botelho

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Toda a vida de Carlos Botelho será marcada pela predominância artística, onde dominarão a música e as artes plásticas. É uma das maiores figuras da 2ª geração (década de 30 e 40 do século XX) de pintores modernistas portugueses.
Com 11 anos ingressa no Liceu Pedro Nunes realizando as primeiras experiências plásticas e a sua primeira exposição individual (1918).
Em 1924 emprega-se numa fábrica de cerâmica e a partir de 1926 depois de alguns êxitos em concursos de cartazes dedica-se exclusivamente às artes gráficas, ilustração, desenho de humor e banda desenhada (BD). Entre 1926 e 1929 faz com regularidade páginas de BD para o semanário infantil “ABC-zinho” e em 1928 inicia a página humorística “Ecos da Semana”, no semanário “Sempre Fixe”, colaboração que mantém, ininterruptamente, durante mais de 22 anos.
Aos 30 anos ingressa na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, tendo saído um ano depois, frustrado com um ensino marcadamente clássico. Tal como Mário Eloy e Bernardo Marques, seus companheiros de geração, Botelho será um artista eminentemente autodidata.
Em 1929, Botelho é um humorista reconhecido. Nesse mesmo ano, parte pela primeira vez para Paris, onde frequenta as Academias Livres como “Grande Chaumière” e “Colarossi”.
Ao longo da década de 1930, Botelho permanece por várias vezes no estrangeiro, representando Portugal em grandes mostras internacionais. Trabalha no pavilhão de Portugal na Exposição Internacional e Colonial de Vincennes, Paris, 1930-31, e no stand de Portugal na Feira Internacional de Lyon, 1935. A partir de 1937 ele integra, juntamente com Bernardo Marques, José Rocha, Tom e Fred Kradolfer, a equipa de decoradores do Secretariado de Propaganda Nacional (S.P.N.) encarregues da realização dos pavilhões de Portugal nas exposições de Paris, Nova Iorque e S. Francisco – Exposição Internacional de Artes e Técnicas, Paris, 1937; Feira Mundial de Nova Iorque, Nova Iorque, 1939; Exposição Internacional de S. Francisco, S. Francisco, Califórnia, 1939.
Em 1930 instala-se o seu ateliê na Costa do Castelo, junto ao Castelo de S. Jorge. A localização desta casa, onde viveu até 1949, influenciou certamente os seus trabalhos, oferecendo-lhe temas e referências que marcaram o seu percurso artístico.
Em 1939 vence o 1º Prémio na Exposição Internacional de Arte Contemporânea, em S. Francisco, nos EUA. Em 1940 integra a equipa de decoradores da Exposição do Mundo Português, Lisboa. Nesse mesmo ano, Botelho recebe o Prémio Columbano na V Exposição de Arte Moderna do S.P.N., em Lisboa.
Em 1949 é forçado a abandonar a casa na Costa do Castelo e instala-se no Buzano; a partir de 1955 volta a residir em Lisboa, longe do centro histórico, no novo bairro do Areeiro.
Em 1955 recebe uma Menção de Honra por ocasião da III Bienal de S. Paulo e, em 1961, o 1º Prémio de Pintura na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian.
Em 1969 reforma-se das suas funções nos Serviços Técnicos do SNI, no Palácio Foz, cargo que ocupava desde a década de 1940.
Morre em sua casa no dia 18 de Agosto de 1982
O pintor, que imortalizou Lisboa nas suas telas, era uma referência incontornável do modernismo em Portugal ao nível das artes plásticas. Em sua memória, a Câmara Municipal de Lisboa atribui, desde 1989, o Prémio Municipal "Carlos Botelho" de Pintura, para a melhor Pintura sobre a cidade.
No centenário do seu nascimento (1999) realizou-se uma importante exposição retrospetiva de Pintura na Fundação Arpad Szenes -Vieira da Silva, em Lisboa. Arpad Szenes e Vieira da Silva são dois nomes maiores da pintura europeia que Botelho conheceu na década de 30 do século XX.