Nikias Skapinakis

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Filho de mãe portuguesa e pai grego, Nikias Ribeiro Skapinakis é uma artista plástico português, que nasceu em Lisboa em 1931. Frequentou o curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes de Lisboa, o qual abandonou por motivos políticos. Dedicou-se à pintura de uma forma regular expondo pela primeira vez em 1948, na IIIª Exposição Geral de Artes Plásticas, dominada pelos Neo-Realistas e pelo MUD (Movimento Unitário Democrático), opositores da política cultural do Estado Novo.
Desde então, realizou diversas exposições individuais, participando em numerosas coletivas em Portugal e no estrangeiro. Além da pintura a óleo, como atividade dominante, dedicou-se também à litografia, à serigrafia e à ilustração de livros.
Pintor figurativo, a sua obra foi, muitas vezes, integrada no neo-realismo dominante em Portugal, devido à polémica empreendida contra os abstracionistas. Mas o próprio artista, em 1958, na conferência Inatualidade da arte moderna, considerou que "cinquenta anos de antirealismo deixam-nos em pureza, para a aliciante descoberta de um realismo novo". É possível nomear como valor matricial em toda a produção de Nikias a presença de uma paleta cromática forte, seja na figuração ou em composições de pendor abstrato.
Três fases distintas podem demarcar a pintura de Nikias. A primeira caracteriza-se por evocações paisagísticas que oscilam entre um lirismo de cores vivas e um paisagismo urbano. A segunda surge com a consciencialização abstrata da superfície plástica. É nesta fase que a sua pintura figurativa retrata personalidades da vida cultural portuguesa absorvendo elementos da arte pop britânica. Finalmente, a terceira fase define-se pela sobreposição de figuras e formas de fundos opacos, bem como pelo contraste entre o monocromático liso das superfícies e a vibração luminosa de amplas manchas recortadas. Nesta fase o artista sofre o "regresso à pintura" que tanto caracteriza a década de 1980 em Portugal. A partir dos meados dos anos 80, a obra de Skapinakis evidencia uma crescente sofisticação, uma síntese formal e cromática entre a sua faceta mais romântica/expressionista e a sua faceta mais irónica/depurada de influência pop.
É autor de um dos painéis do Café A Brasileira do Chiado (1971) e participou na execução do painel comemorativo do 10 de junho de 1974. 
Em 1985, o Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian mostrou uma exposição antológica da sua pintura, completada com uma retrospetiva da obra gráfica e guaches na SNBA. Em 1990 ganhou o prémio da crítica, Associação Internacional de Críticos de Arte - Secretaria de Estado da Cultura.
Destacam-se as antológicas nas duas últimas décadas realizadas no MNAC-Museu do Chiado (1996), no Museu da Fundação de Serralves (2000) e no Museu Coleção Berardo (2012).
Em 2005 realizou um painel em cerâmica para o Metropolitano de Lisboa. Em 2006 a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva apresentou a série “Quartos Imaginários”.