João Moniz Pereira

About
João Moniz Pereira nasceu em Lisboa em 1920. Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio, onde conhece Cruzeiro Seixas, Fernando de Azevedo, Mário Cesariny e Vespeira.
Participou, em 1946 e 1947 na I e II Exposições Gerais de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa, com desenhos e um óleo de intenção neorrealista, intitulado Cansaço (1946), que representa a fome e o desespero dos pobres denunciando a injustiça social. Numa estadia em Paris em 1947 interessa-se pelo surrealismo e estuda-o regressa a Lisboa e cria o Grupo Surrealista de Lisboa  (juntamente com Vespeira, Fernando de Azevedo, António Domingues, Mário Cesariny, Alexandre O'Neill e José Augusto França).
A sua obra vai oscilando sempre entre o surrealismo e o neorrealismo até 1949, altura em que apresentou, numa exposição coletiva, dois quadros já de pendor abstrato-lírico. As pinturas figurativas de Moniz Pereira, realizadas no final dos anos 1940 mantêm um sentido dramático, não apenas social, mas também psicológico. As figuras humanas surgem despedaçadas ou em metamorfose angustiada mas num ambiente criado pela representação de horizontes longínquos e objetos desconhecidos.
Em 1949 participa na primeira e única exposição do grupo com um total de 9 obras, entre as quais 2 trabalhos abstratos de definição expressionista.
Nas décadas seguintes dedica-se em exclusivo à cenografia para o teatro e televisão.
Fixa-se em Paris a partir de 1969. Diploma-se na École Supérieure des Beaux-Arts e no Atelier Gustave Sangier.
Pode definir-se como o pintor do branco ou do quase branco. Muitas vezes, socorre-se da colagem e do relevo. É um pintor intimista, minucioso, que procura num espaço e num tempo primordial e espiritual uma luz criativa apontadora de caminhos pictóricos. As suas obras são objetos militantes cuja existência é condicionada pelo local de exposição e pela tonalidade atmosférica que as envolve e depende por completo do olhar o espectador. Vive entre Portugal e Paris, onde tem um atelier na zona de Montmartre,
Regressa à pintura nos anos setenta, primeiro com quadros abstracionistas, de cor forte e estrutura elementar mas, mais tarde, precisamente através do desenho, volta ao figurativismo, ora onírico, ora fantástico, alcançando maior intensidade na expressão de valores intimistas. As mais de meia centena de exposições que realizou a partir dos anos 1970, foram recebidas por salas tão importante como o Centro Cultural Português - Fundação Gulbenkian, Paris, a Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, a Maison de da Culture da la Rochelle, França, o Instituto Camões, Paris, a Galeria In Zwinger, Alemanha, as Galerias Quadrum, R75, 111 e António Prates, Lisboa, UNESCO, Paris, ou o Centro Cultural de Cascais - Fundação D. Luís I.