Companhia das Fábricas de Cerâmica Lusitânia

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Em 1883 é fundada a “Empreza de Ceramica de Lisboa”, na Rua Saraiva de Carvalho, no bairro de campo de Ourique em Lisboa. Dedicava-se ao fabrico de telha e de material de construção de barro vermelho. Esta sociedade anónima foi fundada por Ricardo Loureiro, Eduardo Lupi e Carlos Bandeira de Mello, sócios da primitiva “Empreza Ceramica de Lisboa” fundada em 1879 em Alcântara.
Em 1890 Sylvan Bessière e Marie Therèse Bessière, fundam a “Fábrica de Cerâmica Bessière”, perto do matadouro em Picoas, dedicando-se ao fabrico de telha Marselha, tijolos, talhas para água, manilhas e vasos. Portanto, sobretudo materiais de construção. Por volta de 1900, transferiu as instalações para o Campo Pequeno, ao lado do Palácio das Galveias, pelas seguintes razões: os terrenos eram ricos em barro, a propriedade confinava com a zona das chamadas avenidas novas, que estava em plena expansão urbana e sobretudo, segundo uma tradição oral, o Sr. Sylvan Bessière teve uma encomenda monumental de tijolos para a construção da praça de touros do Campo Pequeno.
Gradualmente a fábrica Lusitânia foi crescendo em tamanho e sempre concentrada na produção de telhas e tijolos.
Em 1919, o Senhor Sylvan Bessière morre, a fábrica perde o carácter familiar e transforma-se na Companhia da Fábrica de Cerâmica Lusitânia. Em 1927 fazem-se grandes obras na fábrica e começa-se a erguer um bonito edifício, segundo projecto do Eng. Luís Ernesto Roqueira. Neste prédio, passarão a funcionar a partir de 1929 os balcões de vendas, os escritórios da direção, a contabilidade, salas de exposição de azulejos e finalmente na mansarda, o laboratório de química e engenharia, os ateliers de pintura industrial e pintura artística. O célebre artista cerâmico Jorge Colaço desenvolverá neste último piso o seu trabalho.
A crise de 1929 não atrapalhou nada as finanças da empresa, bem pelo contrário, entrou numa fase de enorme expansão e comprou fábricas falidas por todo o país. Adquiriram a fábrica da estação velha em Coimbra, na qual investiram muito dinheiro, a célebre fábrica de Massarelos no Porto (em 1936, segundo o Itinerário de Faiança do Porto e de Gaia) ainda pólos fabris em Setúbal, Montijo e Vila Franca de Xira.