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S/ título

Gravura
ID: MusA-380

Medidas:
32 cm;49 cm (altura;largura) Sem dados (técnica)
Descrição:
Representação, em nanquim, de uma arruaça ocorrida durante o dia, num pátio, sob o olhar passivo de uma mulher e de um homem. A indumentária das personagens indica que a cena é passada no século XVI e os mastros elevados de um barco, dotados de velas descidas, apontam que um porto marítimo deve estar próximo.
Num primeiro plano, ocupando a extensão direita da gravura, um homem, de chapéu preto, de aba larga retorcida para cima, mantém-se quase de perfil, de olhar projetado para a esquerda. O cabelo negro, escorrido e escadeado, continuando pelo pescoço, permite ver meia orelha esquerda. Termina em madeixas ondulantes. O rosto e o pescoço estão completamente descobertos, fortemente marcados por riscos que sombreiam as feições. O nariz é adunco, a boca pequena e carnuda e os olhos abertos esvaziados, sem a presença da esclerótica, recordando o olhar de um cego. Um bigode e uma pera cobrem o queixo que se prolonga pelo maxilar espaçadamente. O homem veste uma gola em formato de mini rufo e um gibão de mangas pretas riscadas verticalmente apenas visível até ao nível dos ombros.
Num segundo plano, está uma mulher jovem, de pé, nua e de lamparina acesa na mão direita, observando, à direita, a desordem provocada pelo grupo de homens. O facto de o elemento feminino estar nu, a iluminar o espaço com uma vela acesa, durante o dia, torna a cena um pouco insólita, podendo ter alguma simbologia associada. Está desenhada de perfil, com um longo véu cobrindo o cabelo que se prolonga para além das costas. O cabelo é ondulado e solto, caindo pelo pescoço comprido. O semblante está sereno, atenta ao acontecimento. Tem ao pescoço um colar de pedras redondas e na orelha direita um brinco circular. 
No centro da gravura e em terceiro plano ocorre o motim. Quatro homens envolvidos numa briga encontram-se num pátio, ladeados à direita por um edifício com uma fila de arcadas altas no piso térreo e ao fundo por um muro escadeado, que dá acesso ao porto.
O homem mais à esquerda do grupo, vestido como um "lansquenet", ameaça com sua espada e escudo, pronto, de braço erguido, a deferir um golpe. A seu lado, à direita, outro homem, mais baixo e gordo, prende a capa de um terceiro elemento que parece querer fugir e que tem aos seus pés, o quarto homem, deitado no chão, impotente, de braços levantados.
Por entre os arcos entrevê-se uma outra figura humana.
Em último plano desenham-se, ao centro da gravura, alguns edifícios e os mastros do navio. Um homem de lança na mão observa a briga, em altura, do seu posto de vigia, localizado numa pequena torre com telhado em formato de cúpula, à esquerda do navio. À direita do mesmo estão construídas duas edificações, em planos diferentes, uma mais pequena, que dá continuidade ao muro que ladeia o pátio e que pela semelhança com a torre em formato de cúpula poderia ser um posto de vigia. Por detrás deste, num plano mais afastado desenha-se um edifício mais imponente, mais alto, já dentro do espaço amuralhado.
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