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Á la foire

Pintura

ID: MusA-30
Data:
1941 (criação)
Medidas:
54 cm;65 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Feira de bens de subsistência, decorrida ao ar livre e sobre um piso árido em terra batida. Vendedores e compradores confundem-se na algazarra da cena, por onde se cruzam com mulheres que passam indiferentes ao negócio. Todas as pessoas são camponeses vestidos de fatos coloridos, enchapelados no caso dos homens e no caso das mulheres usando lenços na cabeça, aventais, saias abaixo do joelho, blusas abotoadas até ao pescoço e de mangas compridas.
Em primeiro plano, desenham-se duas mulheres e um homem. Á esquerda uma mulher está de costas segurando com o braço direito um bébé de colo. Ao centro o homem de perfil ergue também com o braço direito um cacho que apresenta à segunda mulher localizada à sua direita. Esta encontra-se à sua frente, sentada no dorso de um burro preto, já carregado de frutas em cestas amarelas, suspensas de cada lado dos flancos do animal. Por detrás desta mulher dois homens e uma mulher apresentam um amontoado de melancias pousadas no chão para serem vendidas.  Um conjunto de bilhas bojudas, reforçadas por dois braços, repousam no limite inferior da tela, pintadas sensivelmente a meio. 
No segundo plano decorre a movimentação de pessoas bem como a presença colorida dos veículos. Á esquerda uma mulher avança com uma bilha equilibrada à cabeça, à direita encontra-se atrelado à carroça de toldo azul forte, um burro castanho. Um rapaz de túnica mantém-o seguro. Ainda para a direita, outra carroça sem atrelado, está junto a um toldo em formato de telhado e junto deste caminha um burro preto, de cesto amarelo preso no dorso. 
A feira foi um tema estudado e repetido por Hélène de Beauvoir, em várias nas telas, nomeadamente em: "Un petit âne vá à la foire" (UA-HB-P-11); "Le vendeur de poteries" (UA-HB-P-30); "Le vendeur de pastèques" (UA-HB-P-38); "Petits ânes à la foire" (UA-HB-P-51); "Pastèques" (UA-HB-P-60) e apresenta elementos figurativos recorrentes, nomeadamente burros, carroças com toldos coloridos, bilhas bojudas, melancias verdes e até a forma como as mulheres seguram os filhos ao colo. 
Em terceiro plano avista-se o mar, elemento paisagístico que enriquece contextual e cromáticamente a cena. À direita foi acrescentado vegetação de cor fria cuja presença de uma palmeira erguida confere equilíbrio com o resto da composição por constituir um elemento de referência.
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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