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Le dur travail des salines

Pintura

ID: MusA-55
Data:
1943 (criação)
Medidas:
46 cm;55 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Mulheres trabalham numa salina, transportando o sal de canastras à cabeça. A matriz quadriculada de muros brancos, onde é produzido o sal marinho, centraliza a tela, ocupando-a em dois terços.
Um canal de água ocupa o primeiro plano do quadro em toda a sua base inferior. Delimita-o horizontalmente um muro amarelo, coberto por uma mancha verde acastanhada e de acesso direto à salina. Aí, uma mulher de vestido vermelho vivo e lenço branco à cabeça, localizada no canto inferior direito do quadro, encontra-se de pé e de costas viradas para a salina com a canastra à cabeça, pronta para ir buscar sal. Encontra-se sobre esse muro, que serve também de caminho para passagem das restantes companheiras de trabalho, as quais de momento transitam dentro da salina por essa via. Outra mulher de costas viradas e sentada, junto à mulher de vestido vermelho, também aguarda, de cesta à cabeça, que o caminho esteja livre, para passar.
O segundo plano abarca a área da salina. À esquerda, alinhados verticalmente numa primeira coluna de quadrículas da matriz, encontram-se montes de sal brancos. As restantes "células" da salina inundam-se de água salgada azul. Num dos caminhos formado pelos muros da salina, algumas mulheres esperam junto a um dos montes de sal, que as suas canastras fiquem cheias, enquanto que outras, partem com as mesmas já pesadas, de regresso à entrada da salina (junto à mulher de vestido vermelho).
A salina é circundada por um socalco elevado que forma um vértice de um quadrado. A acompanhar o terceiro plano o declive do socalco elevado une-se numa única plataforma também elevada onde repousa a planície algarvia com algumas construções (à direita).
A acompanhar a linha do horizonte, do lado esquerdo da tela salienta-se um edifício comprido, de telhado vermelho e, contiguamente a este, três outras casas de menores dimensões. Acompanham longitudinalmente o traçado do socalco da salina. Do lado direito, uma mancha de vegetação verde escuro, povoada por poucas casas, perfila o céu azul forte enublado.
É possível rever este cenário no quadro "Le sel brûle" (UA-HB-P-44). O denominador comum entre ambas as telas (trabalho das mulheres nas salinas)  é reforçado por elementos figurativos presentes em ambas que transmitem uma sensação de "dejá vue". É notável a semelhança entre o ângulo de perspetiva de desenho da salina, a ordenação vertical dos montes de sal, a existência do edifício comprido de telhado vermelho e até da presença e postura da mulher de vestido vermelho vivo. A policromia é muito semelhante, não diferindo em nada a tonalidade da salina entre ambas as obras.
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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