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Le vendeur de poteries

Pintura

ID: MusA-57
Data:
1941 (criação)
Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Feira de bens de subsistência, com destaque para objetos de olaria pousados no chão, para venda. A feira decorre ao ar livre, sobre um piso árido, em terra batida. Não são visíveis compradores debruçados sobre os artigos expostos. Todas as pessoas que compõem a cena são camponeses vestidos de fatos coloridos, enchapelados e no caso das mulheres usam lenços compridos na cabeça, aventais, saias abaixo do joelho, blusas abotoadas até ao pescoço e de mangas compridas.
O primeiro plano é ocupado pela exposição de um amontoado de bacias baixas e bilhas de barro assentes no chão. No meio delas um homem, de fato azul e chapéu na cabeça está acocorado a olhar de perfil para duas mulheres de pé frente a frente, paradas à sua esquerda. A mulher da esquerda está de costa para a outra mulher e tem uma bilha equilibrada na cabeça. A traseira de uma carroça de madeira com duas grandes rodas, adornada de um toldo concavo colorido. Este último constitui o elemento central do quadro. É conduzida por um burro que se afasta do lugar da exposição das vendas. À direita do veículo encontra-se estagnada uma mulher de mãos nas ancas seguida por um burro solto cinzento.
Em segundo plano, a feira extende-se com duas tendas rosadas paralelemente montadas sobre paus. Na entrada da tenda da esquerda, dois homens sentados guardam uma pilha de melancias verde "garafa", à direita a outra tenda protege um ajuntamento de burros cinzentos. Próxima do bando, uma mulher parada parece guardar os animais.
A feira foi um tema estudado e repetido por Hélène de Beauvoir, em várias telas, nomeadamente em: "Un petit âne vá à la foire" (UA-HB-P-11); "Á la foire" (UA-HB-P-13); "Le vendeur de pastèques" (UA-HB-P-38); "Petits ânes à la foire" (UA-HB-P-51); "Pastèques" (UA-HB-P-60) e apresenta elementos pictóricos recorrentes, nomeadamente os burros, as carroças com os toldos coloridos, as bilhas bojudas e as melancias verdes "garrafa". 
Em terceiro plano uma cadeia cinzenta montanhosa remata horizontalmente a profundidade do quadro fundindo-se com o branco das núvens e a mancha azul acinzentado do céu.
No primeiro quadrante foi acrescentado  um trio de palmeiras, sensivelmente alinhado e cuja cor fria e a fisionomia vertical conferem equilíbrio com o resto da composição. Da mesma forma, reavive-se visualmente a estrutura do edifício de dois andares, de paredes caiadas, construído no seguimento das árvores, também representado na tela "Un petit âne vá à la foire" (UA-HB-P-11).
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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