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Sur la digue en Algarve

Pintura

ID: MusA-62
Data:
1941 (criação)
Medidas:
54 cm;65 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Represa reforçada por um muro alto zigzageante construído numa paisagem lagunar. Sobre este muro caminha uma fila alinhada de mulheres, com cestas à cabeça que faz lembrar uma fila de formigas. Procuram chegar até ao homem que, em primeiro plano, à esquerda, cava, com a sua pá, terra para encher as canastras que lhe chegam vazias. À sua direita, também em primeiro plano, encontram-se três mulheres algarvias, adornadas pelos chapéus e lenços tradicionais. Uma tende-lhe com as duas mãos a canastra vazia, as duas outras mulheres entreajudam-se, equilibrando a carga à cabeça de uma delas já pronta para seguir caminho. Uma bilha bojuda cinzenta, com duas asas, assenta no chão. O trabalho das mulheres, nas zonas lagunares, é bastante recorrente nas obras de Hélène de Beauvoir. Ela quis apresentar a mulher enquanto elemento central na sociedade de então (década de 40), desempenhando um papel decisivo na dinamização da economia local e regional. Tal intenção é possível contemplar nos quadros "Le dur travail des salines" (UA-HB-P-28), "Le sel brûle" (UA-HB-P-44) e  na "Préparation d'une saline"  (UA-HB-P-52).
No caso específico de "Femmes apportant du sel sur des bateaux"  (UA-HB-P-22) existe semelhanças nomeadamente no percurso dos elementos figurativos e posicionamento quer das embarcações quer da salina central em obras como" Hommes et fourmis dans le sel" (UA-HB-P-5) e "Bateaux de sel"  (UA-HB-P-4). O mesmo sucede com "Sur la digue en Algarve" (UA-HB-P-35) quando comparado com "Préparation d'une saline" (UA-HB-P- 52") que sugere mesmo terem sido feitos casos estudos pela similaridade da presença do homem com a pá, a entreajuda entre as duas mulheres e a orientação das mulheres de cestas à cabeça a caminharem em fila indiana bem como a presença e o formato da bilha.
O segundo plano estrutura-se através do muro da represa. Este inicia-se sensivelmente ao centro da tela. Orienta-se para a esquerda e continua horizontalmente de direção para a direita. Forma de seguida um ângulo de 45º para retomar uma orientação horizontal para a direita coincidente com a linha do horizonte. De cada lado do muro predominam as variações de azul forte que contrastam com castanho arenoso da represa. 
O terceiro plano define-se pela extensão da paisagem que se funde, à esquerda, com uma mancha de povoado e a faixa de céu nublado de tonalidades azul acinzentado e branco.
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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