Rogério Ribeiro

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Rogério Fernando da Silva Ribeiro nasceu a 31 de março de 1930, em Estremoz, e morreu a 10 de março de 2008, em Lisboa. Licenciado em Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (ESBAL), iniciou a sua atividade como professor de Pintura e Tecnologia na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa (1960), e lecionou, mais tarde, na ESBAL, onde coordenou o grupo de trabalho de restruturação do currículo escolar na área do Design. Foi também membro do Conselho Científico e professor jubilado.
 Começou a ser notado nas exposições gerais de artes plásticas da SNBA (Sociedade Nacional de Belas Artes), a partir de 1950, cedo se integrando no movimento neorrealista. Em 1953, ilustrou o primeiro livro - A Casa da Malta, de Fernando Namora -, trabalho que o levaria à organização da sua primeira exposição individual.
Ainda em 1953, participou, com Alves Redol, Júlio Pomar, Cipriano Dourado e António Alfredo, em excursões investigadoras da vida dos camponeses ribatejanos, ficando o conjunto das obras deste período designado por "ciclo do arroz". Júlio Resende é outra das grandes influências na sua obra, tanto na escolha de temas populistas como no tratamento dos meios expressivos.
 Rogério Ribeiro desenvolveu um processo de articulação de figuras e de fundos que intensificaram a desvalorização dos seres humanos representados, para valorizar o grupo a que pertencem. A consciência da função social da arte levou-o a dedicar-se a diversas modalidades artísticas, como a cerâmica, a tapeçaria e a azulejaria, o design gráfico e o de equipamento colaborando com diversos arquitetos, quer na integração de materiais, estudos de cor ou trabalhos de integração artística. A sua pintura foi abandonando as funções ilustrativas, tornando-se abstracionista. O vigor das figuras humanas do seu período neorrealista passa a estar presente nos contrastes de cores e de valores luminosos, assim como no traço forte. Rogério Ribeiro foi também um dos renovadores da arte da gravura tendo sido um dos sócios-fundadores, em 1958, da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses. Como ilustrador, destacam-se os trabalhos que fez para obras de Fernando Namora (Minas de São Francisco, para além da já citada), Alves Redol (A Vida Mágica da Sementinha), Manuel Tiago (Até Amanhã Camaradas) e Amadeu Batista (Claro Interior).
Assumiu, desde 1993, o cargo de diretor da Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea de Almada, um projeto que, desde a sua abertura, acolhe exposições de artistas contemporâneos portugueses.
Em 2006, foi homenageado pelo município de Estremoz que lhe consagrou a Medalha de Ouro da Cidade. Nesse mesmo ano, a 11 de novembro, foi lançado o livro Rogério Ribeiro - Uma Monografia, na galeria Cordeiros, no Porto, onde esteve patente uma exposição do artista.
Se a arte está ligada à vida, se a vida é quando a gente diz natureza como diziam os antigos, então a minha inspiração é a natureza tal como tem sido para todos os pintores. Simplesmente a minha natureza é uma natureza que eu abro a porta e está na rua. Essa natureza tem uma força e tem uma vivência que é política necessariamente. (…) eu penso que todo o homem é, de facto, um homem político, e o pintor não escapa a essa situação. (1)
(1) “Rogério Ribeiro – pintor da fraternidade” (entrevista por Hernâni Matos), Brados do Alentejo, Estremoz, 6 Nov. 1981, p. 10. 
 
Ref. bib.
(1) “Rogério Ribeiro – pintor da fraternidade” (entrevista por Hernâni Matos), Brados do Alentejo, Estremoz, 6 Nov. 1981, p. 10. 

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