Jorge Pinheiro

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Jorge Pinheiro nasceu em Coimbra, a 7 de outubro de 1931. Frequentou o curso de Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), terminando a licenciatura em 1963 com a classificação de 20 valores, tal como os pintores Ângelo de Sousa, Armando Alves e o escultor José Rodrigues, com os quais veio a fundar em 1968 o grupo “Os Quatro Vintes” (grupo de artistas portugueses cujo nome se prendeu com o facto de todos terem terminado os respetivos cursos com a nota de vinte valores, na Escola de Belas Artes do Porto, onde viriam a exercer a atividade docente).
Na sua longa carreira, de mais de 40 anos de atividade artística, desenvolvida em paralelo com a prática docente, primeiro na ESBAP (1963), depois na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL) e por fim na Universidade de Évora, a pintura do Mestre Jorge Pinheiro revela um percurso individual, feito de apelos à memória entre o visível e o legível. “A sua pintura depois de ser incomodamente abstrata (até à primeira metade dos anos 70), tornou-se incomodamente figurativa.”
A tendência expressionista e figurativa influenciaram a sua produção artística inicial, mas a viagem de estudo ocorrida à Holanda, Bélgica, Suíça, França, Itália e Espanha, em 1966, fê-lo conhecer o abstracionismo geométrico. As suas pinturas adotaram um grande formato, com vastas superfícies cromáticas lisas, povoadas por formas geométricas elementares. A obra "Outono", de 1972, com a qual realizou a prova de agregação na ESBAP, apresenta uma série de linhas verticais e horizontais, constituindo zonas cromáticas bem definidas, sobre as quais surgem formas curvas dinâmicas.
A partir de 1973, retomou a tendência figurativa com um conjunto de quadros de temática religiosa e mística. Em 1976 tornou-se docente da ESBAL e, em 1979, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, estagiando na École des hautes études en sciences sociales, em Paris.
Jorge Pinheiro expôs regularmente em mostras coletivas, desde 1954, e individuais, desde 1958. Colaborou com arquitetos e paisagistas e fez ilustrações para obras literárias de autores como Mário Cláudio, Luísa Dacosta, Adília Alarcão, Manuel Ferreira Genet e Ilse Losa.
Dos vários prémios obtidos, destacam-se a medalha de prata "Cinquentenário da Morte de Amadeo de Sousa Cardoso" (1969), o Certificat of the International Board for Young People (1973), “Os Quatro Vintes”, Galeria de Debrière, Paris (1973); “Pintura Portuguesa de Hoje, Barcelona (1976); “Arte Portuguesa Contemporanea”, Roma, Paris, Brasília, S. Paulo e Rio de Janeiro (1977); o Prémio da III Exposição de Gravura, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1981), o Prémio Gouvernement Princier de Mónaco (1989) e o Prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte (2003).  
Foi um dos primeiros dez fundadores da Árvore – Cooperativa de Atividades Artísticas, no Porto, e grande amigo do poeta Eugénio de Andrade.
Jorge Pinheiro está representado em inúmeras coleções privadas e públicas, como no Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Museu do Chiado, no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa; no Museu de Serralves e Fundação Ilídio Pinho, no Porto; no Museu de Arte Moderna, em Sintra; no Ministério da Cultura, na Caixa Geral de Depósitos, no Banco de Portugal, no Banco Espírito Santo, no Millennium BCP, no Museu da Electricidade, entre outros.