Abelardo Zaluar

About
Abelardo Zaluar nasceu e morreu no Rio de Janeiro, a 21 de Março e 16 de dezembro, respetivamente. Estudou no Liceu Nilo Peçanha. Foi aí que iniciou a pintura a aquarela e a óleo, conquistando nos salões Fluminenses de Belas Artes os prêmios Alberto Torres e Antônio Parreiras. 
Frequentou, entre 1944 e 1948, a Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Em 1947, realiza aí sua primeira exposição. Simultaneamente, funda com outros artistas a Escolinha de Arte do Brasil, onde também exerce o cargo de diretor-técnico em 1948.
Na década de 1950, passa a trabalhar como ilustrador na imprensa carioca, na Revista da Semana e Ilustração Brasileira. 
Exerce então várias atividades artísticas, integrando assim cargos em diversas associações: conselheiro de educação artística da Fundação Armando Álvares Penteado em São Paulo (1950-52); fundador e vice-presidente da primeira direção da Associação de Artistas Plásticos Contemporâneos (1957-58) e vice-presidente da Associação Internacional de Artistas Plásticos, no Rio de Janeiro (1968). 
Em 1959, conquistou o primeiro lugar em desenho do Prémio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Artes das Folhas, em São Paulo. Apaixonado também pela arquitetura, nos anos 1960 começou a apresentá-la em seus desenhos.
Conhecido como subversivo por defender a democracia ao lado de nomes como Mário Barata e Quintino Campofiorito, foi afastado do cargo exercido na Escola Nacional de Belas Artes pela ditadura militar, mas continuou a ganhar prémios pelo seu trabalho. No Salão Nacional de Arte Contemporânea de 1969, conquistou o maior prêmio que um artista brasileiro pode almejar: o Prêmio de Viagem à Europa, com estadia por dois anos. 
Em 1975 e 1979 expôs em retrospetivas no Museu de Arte Moderna e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, respetivamente. No ano seguinte apresentou trabalhos em ainda outra retrospetiva, desta vez no Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Em 1978, na Cidade do México, recebeu menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura. 
Após começos figurativos, em que fixava, através de aquarelas e desenhos, aspetos da natureza, Zaluar enveredou pela vertente não-representativa, pautando toda a sua produção, desde então, pelo severo jogo de linhas, formas e cores dispostas racionalmente, numa depuração crescente. 
A formação básica como desenhador transpira nitidamente da sua pintura, via de regra estruturada com auxílio da linha, a qual contém as formas e ao mesmo tempo as amarra num todo significativo. Em anos subsequentes, Zaluar procurou reinterpretar a riqueza do Barroco Mineiro em quadros que se destacam pelo cromatismo. Nesses quadros, ele recria as relações espaciais barrocas, imprimindo-lhes sua austeridade. 
A partir da década de 1980 a cor vai-se impondo gradualmente sobre a linha: Zaluar que, em começos de sua atividade como pintor, fazia quase pintura desenhada ou desenho colorido, torna-se um pintor, sem abandonar contudo a severa estruturação formal, as relações racionais que as formas desenvolvem no espaço pictórico. Por volta de 1984, torna-se professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.