Manuel Batista

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O artista plástico Manuel Batista nasceu em Faro em 1936. Participou pela primeira vez em mostras coletivas em 1956. Chegou a Lisboa em 1957, ano em que ingressou no curso de Pintura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL). Expôs no 1º e 2º Salões de Arte Moderna da Sociedade Nacional de Belas Artes  (1958 e 1959). É ainda durante o curso que realiza a sua primeira exposição individual em 1961, na Galeria do Diário de Notícias em Lisboa e ainda nesse mesmo ano que participa na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Enquanto aluno, interessava-se já pelo abstracionismo e, efetivamente, os seus quadros abstratos eram inovadores no meio lisboeta, desde a técnica à conceção informalista. Manuel Batista colava sobre a tela pedaços de panos e de cordéis que pintava depois, obtendo formas em relevo. Terminará a licenciatura em 1962.
Parte para Paris nesse ano com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian onde contacta com as novas tendências artísticas nomeadamente com o NouveauRéalisme. Foi um dos artistas convidados pela secção portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte para participar na renovação da decoração do café A Brasileira que teve lugar em 1971.
Dois anos depois regressa a Portugal onde passa a lecionar na ESBAL até 1972.
A partir dos anos 60 a sua obra ganha grande visibilidade a partir de exposições e pelo reconhecimento do público e da crítica com a atribuição de vários prémios.
Entre 1977 e 1980 deslocou-se regularmente a Lippstadt e Schmallenberg, República Federal da Alemanha, realizando tapeçarias para a Fábrica Falke (Imago). Entre 1990 e 2003 assumiu a direção das galerias municipais Trem e Arco, em Faro.
Manuel Baptista nunca foi um pintor convencional. Desde sempre recorre à colagem como exercício do seu trabalho. Apropria-se de imagens, estiliza-as, corta-as, recorta-as e cola-as em telas de formatos não convencionais como triângulos, círculos, hexágonos, em forma de leque, pinta-as ou de cores vibrantes ou indo até à depuração total - o branco absoluto.
A obra de Manuel Batista evidencia uma evolução plástica, mas sobretudo a capacidade de retomar temas, reorganizar projetos, reestruturar questões. Assim, para entender o seu trabalho mais recente, há que mergulhar no arquivo suspenso das suas formas, projetos, composições e desenhos.
Importará sublinhar que, dentro de uma obra que se destaca tanto pela figuração como pela abstração, colocando a tónica num fazer, num processo que se alimenta a si mesmo, o artista parte de nódulos de sensações auditivas e tácteis, visuais, como os muros algarvios ou as esteiras que o marcaram na sua infância. As idas ao alfaiate fascinavam-no com o tecido todo de uma cor, marcado a giz, como uma forma que um corpo iria animar. A superfície rugosa e acidentada da cal conduzem-no à primeira experiência de tela rasgada, à constituição de telas brancas só com recortes de tecidos, a "relevos monocromáticos". 
Foram-lhe atribuídos os seguintes prémios: 1º Prémio de Pintura / Prémio Guerin de Artes Plásticas (1968); Prémio Soquil (1970); Prémio de Pintura IV Bienal de Cerveira (1984); Prémio BANIF de Pintura (1993).