Evaristo Campos Coelho

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Evaristo Moreira de Almeida de Campos Coelho, conhecido como Evaristo Campos Coelho ou Campos Coelho, nasceu a 03 de janeiro de 1903 em Viseu – Portugal e faleceu em 1988, em Algés – Oeiras – Portugal.
Foi pianista e professor de piano de alguns dos nomes mais conhecidos, atualmente, no mundo pianístico. A solo, Campos Coelho divulgou quase toda a obra do célebre compositor espanhol, Joaquin Turina.
 Filho de Emídio Coelho e Olinda de Campos Coelho, teve os primeiros ensinamentos de piano com a sua mãe, aos seis anos de idade, tornando-se desde logo muito conhecido em Viseu. Iniciou-se em concertos de beneficência, em recitais infantis e em casas particulares como a do Major General Frederico de Almeida Pinheiro. Incentivado pelo primeiro presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, José de Azeredo Perdigão, foi para Lisboa estudar piano. Francisco Baía, na altura membro da direção do Conservatório Nacional – Lisboa - Portugal, permitiu o seu ingresso no 4º ano, na turma do Professor Aroldo Silva.
Em 1919, concluiu o curso com nota máxima e deu um concerto em Viseu durante o qual foi surpreendido com pétalas de flores que o público atirou para o palco. O concerto foi organizado por Almeida Moreira, fundador do Museu Grão Vasco – Grémio de Viseu e entre o público estava a Banda do Asilo de Santo António - Viseu.
Em 1923, foi convidado para uma tournée nas colónias da África Ocidental com o duo Os Geraldos  (formado por Geraldo Magalhães e Antonina “Nina” Teixeira). Foi um dos sobreviventes do naufrágio do Vapor Mossâmedes, durante o regresso a casa.
Ingressou na classe do pianista, compositor, maestro e musicógrafo Vianna da Motta, no Conservatório Nacional onde ganhou o primeiro prémio. Aconselhado pelo seu professor, Campos Coelho viajou até Paris - França para continuar os seus estudos com o pianista e maestro suíço Alfred Cortot, com o pianista francês, compositor e pedagogo de origem judaica húngara Isidore Philippe e com o pianista espanhol Ricardo Viñes. Este último ensinou-lhe música moderna e espanhola.
Em 1924, tocou com o compositor, músico e professor de música Ivo Cruz no Conservatório Nacional, num concerto organizado pela Sociedade Nacional de Música de Câmara.
Em 1927 foi convidado por Tomaz de Lima “para fazer a história da sonata para piano e violino, uma série de sete concertos.” (RTP - Rádio e Televisão de Portugal, 1973). Interpretaram vinte e seis sonatas, dezasseis das quais em primeira audição em Portugal. Eram obras do músico e compositor erudito francês Debussy, do compositor alemão Brahms e do compositor musicólogo, pianista, violista e violinista italiano Respighi, entre outros. Os concertos foram oferecidos à Associação Académica do Conservatório Nacional.
No ano seguinte, colaborou com o pianista Vianna da Motta, com a ilustre cantora e professora  Marina Dewander, com o  violinista  Paulo Manso e o violoncelista Fernando Costa num concerto dedicado ao centenário da morte do compositor austríaco Schubert, no Salão do Conservatório – Lisboa.
Entre 1928 e 1932, o maestro Pedro de Freitas Branco dirigiu os Concertos Sinfónicos de Lisboa, no Teatro Tivoli e convidou Campos Coelho para tocar Tríptico: concerto para piano, violino e violoncelo, do compositor Beethoven.
Com o pianista Varella Cid foram pioneiros na interpretação com dois pianos e na divulgação das obras do  compositor, organista, maestro e pianista francês Saint-Saëns  e do prolífico e influente compositor austríaco Amadeus Mozart, no Teatro Tivoli - Lisboa. Também fez duo com o compositor Croner de Vasconcellos na série de concertos da Pro-Arte, no Conservatório Nacional (1958). Em Angola e Moçambique deu concertos com as pianistas Maria João Pires e Berta Nóbrega.
Nos anos 60, participou na récita inaugural do Teatro Luísa Todi -  Setúbal e com Varella Cid tocou obras do compositor musicólogo, pianista, violista e violinista italiano Respighi, do compositor e professor francês Milhaud e do compositor Prokofieff. Promoveu ativamente até aos anos 70 audições dos seus alunos de piano no Conservatório Nacional de Lisboa.  
Em entrevista à RTP, Campos Coelho afirmou ter “…três hobbies: a fotografia, a natação e o Benfica.” (RTP - Rádio e Televisão de Portugal, 1973)
Ref. bib.
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