José M. Lucchesi

About
José Marcos Lucchesi, conhecido como José Lucchesi, José M. Lucchesi, pelo pseudónimo de Jean Nallé e popularmente conhecido por El Pescador (Leal Pescador) devido ao gosto pela pesca e pelo uso de roupas gauchescas, nasceu a 29 de março de 1897 em [Sorocaba] – Brasil e faleceu a 10 de fevereiro de 1989 em Paris – França.
Foi chefe de orquestra, acordeonista, letrista, compositor, orquestrador e arranjador de vários ritmos como (paso-doble (pasodoble), valsa, rumba, one-step (one step), dança e tango.
A formação musical de José Lucchesi teve início na Argentina, por incentivo do seu pai. Na Europa, frequentou o Conservatório Real de Música de Bruxelas e especializou-se na aprendizagem de acordeão embora também tocasse piano, gaita e guitarra. Ingressou nas orquestras de Bianco-Bachicha, Tano Genaro (Genaro Espósito), Manuel Pizaro e Rafael Canaro antes de formar a sua própria orquestra: Orchestre José M. Lucchesi.
Nos anos 20-30, a sua orquestra era internacionalmente conhecida pelas gravações com as discográficas Columbia, Gramophone e His Master’s Voice, Barclay e Melody. A sua obra foi mais reconhecida em França do que na Argentina. Em 1942, fixou residência em Paris naturalizando-se francês.
Foi nesse país que contou com várias colaborações, nomeadamente da atriz Alice Cocéa em Morena mia, Ma Gitane, Chagrins, Rosita Barrios que cantou Te Perdí, Perdón e Almita, do cantor Carlos Gardel para quem compôs o tango Gaby Morlay (nome da atriz com quem o cantor manteve um idílio) e o editor musical Francis Salabert.
Apesar da diversidade de ritmos, o sucesso de Lucchesi estava, principalmente, relacionado com o tango. Numa entrevista de José Lucchesi ao jornal L’Intransigeant, em 1930, o maestro afirma: “a particularidade do tango é que ele deve ser acelerado, dando a impressão de não ser… O tango é a dança dos amantes. Arrastando os pés sobre esta música indiferente, dançando de bom grado se inclina a cabeça no ombro de seu cavaleiro. É um ritmo vindo da Argentina”.
A 5 de abril de 1930, o jornal Annales Coloniales publicou: “Os tangos de José Lucchesi (…) estão entre os mais rítmicos e os mais bonitos para dançar”. Segundo Milonga Ophelia, “os seus tangos são caracterizados pela marcação constante de ritmo (…) para permitir a dança”. Além disso também dispõem de uma “melodia simples e agradável, escrita clara, harmonia inofensiva e ritmo bem marcado". Resumindo, José Lucchesi “conquistou a fórmula que combina o folclore argentino com o gosto francês”.
Como compositor destacam-se obras como Alegrias de mi Espana (paso-doble), La belle de Tolède (valsa), El borracho (tango), Ceara mirim (samba), Collar de perlitas (rumba), Dans les jardins de Séville (one-step), Flor del plata (dança), Accusée, levez-vous e  La Valse brillante  (músicas para filme).
 A Orchestre José M. Lucchesi e sob a sua direção orquestral interpretou Adios pampa mia, El gato Montes, Je n'ai qu'un amour au monde: Volviendo de Buenos-Aires, Chat noir, Escale au Brésil, Agus fuerte, Diabolus in musica, Douce promesse, Les Danses du harém.  Foi autor dos arranjos de C'est encore un beau dimanche, La chanson du Nil, Le petit batelier, Trop tard..., etc. e das letras de Gil Vicente, J'ai lu dans tes yeux,  Ojos españoles, Rêve de Capri, entre outras.
Como acordeonista interpretou Immortels tangos et pasos 2, Danses à gogo, Au beau pays des fleurs; Cette nuit est à nous, La belle de Tolède; Mahanita. - Islas Canaria..., entre outras.
Ref. bib.
Bibletango. (2018). José Marcos Lucchesi: [Leal Pescador]. Retrieved from http://www.bibletango.com/tangopersonnages/perso_bio/persobio_l/lucchesi_j_m_bb.htm
Bibliothèque national de France. (2018). José Lucchesi (1897-1989). Retrieved from http://data.bnf.fr/atelier/13998415/jose_lucchesi/
Milonga Ophelia. (2017). Tango Sacha (Milonga Ophelia): José Lucchesi. Retrieved from https://milongaophelia.wordpress.com/category/artistes/orchestres/lucchesi/
Otero, J. M. (2015). Tangos al bordo: Orchestre Lucchesi [[Web log post]]. Retrieved from http://tangosalbardo.blogspot.com/2015/04/