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Petits ânes à la foire

Pintura

ID: MusA-83
Data:
1941 (criação)
Medidas:
81 cm;100 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Feira de bens de subsistência com destaque para objetos de olaria e para a venda de melâncias. A feira decorre ao ar livre, sobre um piso árido em terra batida. Vendedores e compradores confundem-se na algazarra da cena, por onde se cruzam com mulheres que passam indiferentes ao negócio. Todas as pessoas são camponeses vestidos de fatos coloridos, enchapelados no caso dos homens e no caso das mulheres usando lenços na cabeça, aventais, saias abaixo do joelho, blusas abotoadas até ao pescoço e de mangas compridas. 
O quadro "Petits ânes à la foire" (UA-HB-P-51) é um caso de estudo de combinação entre elementos pictóricos existentes nos quadros "Á la foire" (UA-HB-P-51) e "Pastèques" (UA-HB-P-60). 
Há um "dejá vue", quando comparado com o quadro "Á la foire" (UA-HB-P-51) com a presença de uma mulher de costas segurando com o braço direito um bébé de colo,  de uma outra sentada de costas no dorso de um burro preto, já carregado de frutas em cestas amarelas, suspensas de cada lado dos flancos do animal e ainda de outra mulher que caminha de costas com uma bilha segura na anca.
O quadro "Pastèques" (UA-HB-P-60) foi transposto na íntegra quando se foca o terceiro plano da obra. Apresenta-se assim uma enseada central de onde se avista uma nesga de mar que se ajusta horizontalmente à linha do horizonte. A enseada abre em "V" formando elevações costeiras. A da esquerda traça um caminho por onde sobem burros e sobre o qual está construído no seu topo um edifício cúbico de cor arenosa com três orifícios a servir de janelas. Na margem esquerda da encosta, um olival pontua o solo. Centralmente na tela foi transposta a figura de um homem, de pé que segura uma melancia, colocado por detrás de uma pilha de fruta pousada no chão de terra batida. Reconhece-se também em ambos os quadros a introdução de um desses frutos abertos deixando ver a polpa vermelha contrastando com a casta verde "garrafa".
Há contudo um conjunto pictórico que assume alguma passividade quando contraposto com agitação da feira. No canto inferior esquerdo, em primeiro plano está sentada uma mulher de braços pousados no regaço a aguardar a vinda de clientes. Á sua frente, pousados no chão encontram-se expostos bacias e bilhas de barro.  
A feira foi um tema estudado e repetido por Hélène de Beauvoir, em várias nas telas, nomeadamente em: "Un petit âne vá à la foire" (UA-HB-P-11); "Le vendeur de poteries" (UA-HB-P-30); "Le vendeur de pastèques" (UA-HB-P-38); "Petits ânes à la foire" (UA-HB-P-51); "Pastèques" (UA-HB-P-60) e apresenta elementos pictóricos recorrentes, nomeadamente os burros, as carroças com os toldos coloridos, as bilhas bojudas, as melancias verdes e até a forma como as mulheres seguram os filhos ao colo. 
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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