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Préparation d'une saline

Pintura

ID: MusA-84
Data:
1942 (criação)
Medidas:
65 cm;81 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Numa salina forma-se um carreiro de mulheres que transporta o sal em cestas à cabeça, enquanto que os salineiros as enchem com ajuda de pás e extraiem o sal das salinas com os pés mergulhados na água salobra. O carreiro de carga formado por mais de uma dezena de mulheres faz lembrar uma fila de formigas. Horizontalmente alinhada a fila traça uma linha imaginária que atravessa o quadro e se eleva, junto ao muro da salina, continuando à direita seguidamente e sem interupção a cadência das mulheres.
Em primeiro plano, Hélène de Beauvoir pintou a metade inferior do quadro com a base plana da salina, delimitada à volta por um muro alto castanho. Na base desenrola-se o trabalho de um homem que enche as cestas com sal através de uma pá. Junto a este, as mulheres chegam para encher as cestas vazias. Á sua direita e de pé uma mulher ajuda a equilibrar uma canastra já cheia na cabeça de outra mulher, enquanto que próximas desta, duas mulheres acocoradas aguardam que a suas cargas fiquem prontas. 
O trabalho das mulheres nas salinas é bastante recorrente nas obras de Hélène de Beauvoir. Ela quis apresentar a mulher enquanto elemento central na sociedade de então (década de 40), desempenhando um papel decisivo na dinamização da economia local e regional. Tal intenção é possível contemplar nos quadros "Le dur travail des salines" (UA-HB-P-28), "Le sel brûle" (UA-HB-P-44) e  na "Préparation d'une saline"  (UA-HB-P-52).
No caso específico de "Femmes apportant du sel sur des bateaux"  (UA-HB-P-22) existe semelhanças nomeadamente no percurso dos elementos figurativos e posicionamento quer das embarcações quer da salina central em obras como" Hommes et fourmis dans le sel" (UA-HB-P-5) e "Bateaux de sel"  (UA-HB-P-4). O mesmo sucede com "Sur la digue en Algarve" (UA-HB-P-35) quando comparado com "Préparation d'une saline" (UA-HB-P- 52") que sugere mesmo terem sido feitos casos de estudos pela similaridade da presença do homem com a pá, a entreajuda entre as duas mulheres e a orientação das mulheres de cestas à cabeça a caminharem em fila indiana.
No canto inferior direito da tela dois homens trabalham na estrutura quadricular e aqueosa da salina.
Em segundo plano segue a continuação da salina, numa plataforma superior, formando pequenas áreas lagunares amuralhadas que se perdem até à linha do horizonte. À direita sobressai um edifício branco de dois andares, único no meio do ermo salobro. Muito ao longe, à esquerda, junto à linha do horizonte, quatro árvores pontuam a paisagem.
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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