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Joaquina

Pintura
ID: MusA-87
Data:
1942 (criação)
Medidas:
46 cm;38 cm (altura;largura) Óleo sobre madeira (técnica)
Descrição:
Joaquina é a mulher trigueira retratada de corpo inteiro, vestida com traje tradicional da região da Nazaré. De pé e com as mãos nas ancas, pousa de frente, ligeiramente virada para a direita, para a pintora.
Joaquina é o único elemento figurativo da obra. Tem o semblante cerrado, os olhos negros e alongados, sobrancelhas fartas e compridas e os lábios carnudos. A testa é pequena, coberta parcialmente pelo chapéu oval típico das nazarenas. O lenço preto cai-lhe pelos ombros e deixa ver o seu cabelo escuro. Das orelhas descobertas pendem uns brincos ogivais grossos amarelos dourados. 
A blusa rosa abotoada até ao pescoço, é ornamentada de pequenos bordados no peito. O avental de cós alto é rodado e desce até aos joelhos, protegendo frontalmente a saia vermelha. É decorado por uma corrente de flores e por dois pequenos bolsos paralelos. Até ao joelhos Joaquina tem ainda vestido uma saia de tons indefinidos (mistura de amarelos, brancos, pretos, azuis), escondida pelo avental, a qual cobre outra saia vermelha rodada, mais comprida que lhe chega até aos tornozelhos. Sem meias, Joaquina calça uns sapatos castanho de fivela, de meio salto. 
A policromia que preenche o fundo do quadro é constituída por uma miscelânea de acastanhados, onde o branco e o azul aparecem sobre a forma de manchas aleatórias. O rigor no traço é apenas visível ao nível do rosto onde olhos e lábios foram sujeitos a pinceladas mais finas. A restante composição foi tecnicamente criada a partir de pinceladas espontâneas que esboçaram e coloriram a modelo.
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936).
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