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Une place à Lisbonne

Pintura

ID: MusA-31
Data:
1943 (criação)
Medidas:
54 cm;65 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Teatro de fantoches a ocorrer no Largo de São Paulo, em Lisboa, apresentado a um agrupamento de pessoas do povo. A cena passa-se no centro da tela. Mulheres, homens e crianças estão de costas viradas para um palco alto de rua, aberto apenas no topo. Aí dois fantoches atuam. O teatro tem um formato retangular, horizontal cujo bordo é vermelho saturado com um fundo azul forte. É decorado por um sol vermelho raiado. A praça tem localizada dois elementos de referência: um fontanário, à esquerda e em primeiro plano à direita, à frente do teatro, um quiosque azul turquesa. Este último está confinado ao canto inferior direito. Apresenta ainda uma estrutura alta, quase cilíndrica e envidraçada, terminando em campanula azul violeta. Á sua direita está contiguamente pintado, um género de um toldo com riscas horizontais azuis e brancas. 
É apenas visível metade do fontanário, cortado visualmente em toda a sua verticalidade, a qual coincide com o limite esquerdo da tela. Encontra-se alinhado ao nível do teatro. 
O piso da praça é claro, predominantemente branco. Duas árvores sem folhagem estão colocadas junto ao fontanário. A cena é passada provavelmente no inverno.
Em segundo plano, a igreja de São Paulo impõem-se monumental. Cortada pelo limite superior da tela, ao nível do portão central vermelho. Destacam-se ainda as colunas verticais cinzas que estruturam a fachada da igreja bem como a porta direita que ainda prevalece atualmente.
No canto superior direito, a pintora reconstituiu a rua de São Paulo de acesso ao Largo de São Paulo, a qual segue uma orientação diagonal. Os edifícios rosa-secos têm os andares bem diferenciados: toldos abertos no rés-do-chão, segundo e terceiro andares com filas de janelas alinhadas. Coincidente com a extremidade do ponto de fuga da rua de tonalidade enegrecida, o qual inicia junto à base direita da igreja de São Paulo, a pintora acrescentou um arco azul escuro. 
A representação desta praça, quando comparada com a atualidade, evidencia alguns desajustes, os quais foram comparados e analisados com registos fotográficos da época. O quiosque estava e está localizado no fundo da praça e não junto ao fontanário. As árvores foram plantadas respeitando o desenho retangular da praça e não de forma aleatória como aquele que é conferida por Hélène. Finalmente a presença do arco remata a linha superior do edificado. Contudo o arco da rua do Alecrim, assim chamado porque passa pela rua do Alecrim é uma passagem aérea que cruza com a rua de São Paulo cerca de 70 metros orientado a Sudeste, perpendicular à rua do Alecrim.
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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