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Une belle fille portugaise

Pintura
ID: MusA-48
Data:
1943 (criação)
Medidas:
60 cm;73 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Corpo nu de uma mulher, descoberto e deitado de costas, sobre uma superfície elevada resguardada por uma manta raiada multicolor. 
O corpo é envolvido pela luz diurna de uma janela aberta que dá para uma rua deserta com passeios adornados por alas de árvores.
Em primeiro plano, ocupando a metade inferior do quadro encontra-se a mulher deitada. Caucasiana, ela tem cabelo preto, curto e ondulado nas pontas. O rosto não é visível. Esconde-se sobre as mãos entrelaçadas. Os braços dobram em ângulo de 90º culminando superiormente em ombros largos que se unem horizontalmente formando umas costas encovadas. Prolongado para a esquerda o resto do corpo é comprido e torneado até aos pés. A cinta fina projeta uma anca curvilínea e magra. A perna direita distendida sobrepõe-se sobre a perna esquerda que está dobrada em ângulo "<". O corpo encontra-se deitado sobre uma manta raiada verticalmente e colorida em tons de laranja, telha, ocre e verde água. Este padrão é revisto nos quadros "Jeune fille de Faro" (UA-HB-P-25) e "Portrait de Vera Warnier" (UA-HB-P 50). 
Na metade superior do quadro observa-se uma janela aberta com portadas interiores verdes. O parapeito interior da janela é largo e sobressai pela sua tonalidade laranja telha. As paredes interiores da sala são ocres. É visível, da janela, uma rua cinzenta larga que bifurca para a esquerda com passeios de ambos os lados. Uma fila de árvores desnudadas reforçam a separação entre rua e passeio. Um marco de correio vermelho impõe a sua presença "espreitando" pela janela e à sua esquerda um tronco com ramos esguidos quebram visualmente a cadência geométrica, cromática e gráfica da composição. 
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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