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Lionel à Lisbonne

Pintura
ID: MusA-74
Data:
1943 (criação)
Medidas:
74 cm;60 cm (altura;largura) Óleo sobre madeira (técnica)
Descrição:
Retrato masculino, recostado numa cadeira amarela, com os antebraços apoiados nos braços da cadeira e as mãos parcialmente visíveis, pousadas sobre o regaço. O modelo pousa de frente, de assento virado para a direita, sem ter os membros inferior visíveis. 
Homem caucasiano, ele ocupa o primeiro plano e à exceção do canto superior direito, também a globalidade da obra. A parte superior da tela é ocupada pela cara. O rosto, de olhar fixo e semblante sério não deixa transparecer nenhum tipo de sentimento. O nariz é proeminente, a arcada das sobrancelhas comprida acompanhando os olhos grandes e os lábios são carnudos. A testa alta e o cabelo castanho escuro curto, iniciado à altura da orelha, já denota uma entrada acentuada no lado esquerdo da testa. Desde o pescoço até à base inferior da tela, a pintura é toda ela preenchida pelo corpo do modelo. Vestido de casaco castanho alaranjado aberto deixa entrever uma camisa amarela com o colarinho desapertado. Separando a camisa das calças brancas existe uma faixa larga cinzenta no local da cinta. 
O fundo mesclado de verdes azuis acinzentados de uma parede abre, no canto superior direito, para uma janela com moldura amarela. Aí, uma paisagem fluida, manchada por diluições de amarelos e azuis tonalizam uma vegetação pouco nítida, separada por uma faixa de céu azul.
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento romantico e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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