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Autoportrait

Pintura
ID: MusA-75
Data:
1942 (criação)
Medidas:
81 cm;65 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Retrato de Hélène de Beauvoir, sentada em posição vertical, num quarto, com o antebraço esquerdo pousado sobre o regaço da saia azul. A modelo pousa ligeiramente direcionada para a esquerda, com o rosto de frente, sem ter os membros inferiores visíveis. 
Ela constitui o elemento figurativo central da obra, ocupando-a na quase globalidade. A parte superior da tela é ocupada pelo rosto. O olhar é fixo, virado para a esquerda, o semblante é sério não deixando transparecer  qualquer tipo de sentimento. A arcada das sobrancelhas é comprida e fina acompanhando os olhos alongados azuis e os lábios são finos. Denotam-se as olheiras sombreadas. A linha do nariz é alongada e reta. A testa alta e descoberta abre sobre uma cabeleira farta loira e ondulante que desce até aos ombros, abrindo para a orelha direita. 
O pescoço é visível, aerosamente descoberto pelo decote entreaberto da camisa vermelha, estilo safari. A saia azul colbato tem um cós alto e cobre os membros inferiores de Hélène até aos joelhos. De braço esquerdo pousado sobre as pernas ela segura um cigaro na mão entre os dedos cerrados.
Hélène encontra-se sentada num quarto que constitui o segundo plano do quadro. Localiza-se, na metade inferior esquerda, uma mesinha de cabeceira cor pinho melo seguida de uma cama que também se encontra por detrás de Hélène e que é encimada por um quadro. Em cima do primeiro móvel encontra-se um livro fechado de capas bordeaux e um vaso cilíndrico azul claro com um ramo de gladíolos salmão e cravos amarelos. Encostada à mesinha de cabeceira e por detrás da pintora encontra-se a cama feita com lençóis cor pele e coberta com uma colcha verde menta. Por cima está colocado um almofadão branco.
Trata-se de uma obra com muita luz contribuindo para tal a cor quase branca aplicada no fundo do quarto, na parede e ainda no elemento decorativo pendurado (moldura)
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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