Nuno Barreto

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Nuno Barreto nasceu na Foz do Douro, em 1941 e morreu no Porto, em 2009.
Viveu os seus primeiros anos e a adolescência em Vila Real, Trás-os-Montes, iniciando então as suas primeiras aguarelas e desenhos figurativos, assumindo-se paisagista e retratista.
A curiosidade pelas viagens, e sobretudo pelos museus a que estas conduziam, estiveram sempre presentes no percurso do pintor.
Em 1960, Nuno Barreto frequenta a Faculdade de Economia do Porto, a qual acaba por abandonar. No ano seguinte passará a estudar na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde se graduará em 1966 com uma classificação final de 20 valores.
Nuno Barreto será também bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, investigando na prestigiada Saint Martin’s School of Arts, em Londres.
Cedo iniciou a carreira de pedagogo, começando por lecionar no Liceu Sá de Miranda, em Braga. A partir de 1973, tornou-se professor assistente na Escola de Belas Artes e três anos mais tarde passou a dirigir a oficina de serigrafia da escola, tarefa que manteve durante 15 anos, ao mesmo tempo que promovia dezenas de edições de estampas originais, suas e de alunos.
No final de 1986, realizou também residência artística nos Estados Unidos, na Swain School of Design e no Bristoll Community College de Fall River, que ainda hoje detém, na sua coleção particular, obras do pintor.
Durante a primeira fase do seu percurso artístico, foram as paisagens durienses que mais figuraram nas suas obras. Nuno Barreto dizia gostar de clareza. E assim era com as suas cores. De todas, o vermelho é eleito após a sua chegada a Macau. O contacto com a cultura chinesa trouxe telas com o “Vermelho-Rei” ou “Vermelho-China”.
O território do qual o pintor viria a fazer casa, em 1988, é também o retrato de uma colonialidade terminal, pintada com sarcasmo e ironia, autoinfligida também.
Com a inauguração da Academia de Artes Visuais de Macau, em 1989, Barreto assume a direção, coadjuvado pelo artista Mio Pang fei, que é subdirector da escola.
A Academia oferecia vários cursos de iniciação em diferentes disciplinas artísticas, e organizava também seminários e oficinas com reputados mestres portugueses, chineses, japoneses e ingleses.
Em 1991, a Academia é elevada a Escola Superior de Artes Visuais e Nuno Barreto passa a lecionar o curso de Comunicação Gráfica, ao mesmo tempo que mantém a sua própria oficina.
O espólio do pintor está hoje disperso um pouco por todo o território, em várias coleções chinesas particulares na posse do Clube Militar, da Delegação da Fundação Oriente, da Autoridade Monetária, do Comissariado Contra a Corrupção, do Banco Comercial de Macau, do World Trade Center, e da coleção do Antigo Palácio do Governo.
Também em Portugal as suas obras encontram-se distribuídas em várias coleções públicas e privadas.