Martins Correia

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Joaquim Martins Correia nasceu na Golegã, a 7 de fevereiro de 1910. Ingressou na Casa Pia após morte dos pais em 1922. Concluirá aí o curso industrial. Seis anos passados ser-lhe-á concedido uma bolsa de estudo para frequentar a Escola de Belas Artes de Lisboa onde se matriculará no curso de desenho. Diplomar-se-á contudo em escultura. De 1936 a 1938, foi professordo Ensino Técnico Profissional, na Escola Rafael Bordalo Pinheiro nas Caldas da Rainha.
Começa então a expor não parando mais. Mantém em simultânea a atividade de docência em Lisboa, nas Escolas Marquês de Pombal  (ano letivo de 1938/1939), Machado de Castro (1939/1940), Afonso Domingues  (1940/1941) e António Arroio (1941/1942). 
Participou em inúmeras mostras coletivas: Exposição do Mundo Português, Lisboa (1940) com os escultores Barata Feio, Leopoldo de Almeida, Canto da Maia, António da Costa, Rui Gameiro, Francisco Franco, António Duarte e João Fragoso; participou ainda nas Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I; em diversos salões da Sociedade Nacional de Belas Artes; na I e na II Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1957, 1961); entre outras.
A sua produção escultórica inclui diversos retratos (Ana Hatherley, Natália Correia, etc.). Entre as suas obras de estatuária podem destacar-se os monumentos a Camões  (Goa) e a Garcia de Orta  (Instituto de Medicina Tropical, Lisboa, 1958), onde o seu "sentido de estilização, marcado um amaneiramento de inspiração algo italianizante, por lembrança fiel dos anos 40", o levou a originais soluções decorativas "que aligeiram por vezes as suas figuras de solene compromisso oficial".
Além da escultura dedicou-se também à ilustração, desenho e pintura. Foi autor de painéis de azulejos na estação de metropolitano Picoas, Lisboa (1995).
Está representado em coleções públicas e privadas, nomeadamente: Museu do Chiado, Lisboa; Museu Soares dos Reis, Porto; Museu José Malhoa, Caldas da Rainha; Museu de Pintura e Escultura Martins Correia, Golegã; entre outros.
Entre os prémios que recebeu podem destacar-se: Prémios Soares dos Reis  (1942), Manuel Pereira (1943 e 1948) e Prémio Diário de Notícias  (1957). Foi agraciado com as insígnias de Oficial da Ordem da Instrução Pública  (1957) e da Ordem de Santiago de Espada  (1973 e 1990).
Morre com 89 anos, no dia 30 de julho de 1999.
Uma das suas últimas preocupações foi a conservação do seu espólio, pois este encontrava-se num edifício setecentista, sem condições para a sua permanência. O pelouro da Cultura da Câmara Municipal da Golegã em 2002 projeta a sua transferência para o edifício Equuspolis, pensado para o acolher com dignidade e para que as gerações vindouras dele possam desfrutar o que se veio a verificar em 10 de Maio de 2003.