Graça Morais

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Graça Morais nasceu a 17 de março de 1948, em Vieiro, Trás-os-Montes, no Nordeste de Portugal. Em 1961 ingressa para o Liceu de Bragança onde desenvolverá os primeiros trabalhos em pintura a óleo.
Com 18 anos, Graça Morais ingressa na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) para estudar pintura. Marc Chagall e Van Gogh são as suas primeiras referências.
Durante a licenciatura viaja, pela primeira vez, em 1970, para Londres, Amesterdão, Roterdão e Paris, e descobre, com deslumbramento, a pintura de Rembrandt e Van Gogh, bem como a de Francis Bacon.
Conclui a licenciatura passado um ano e começa a lecionar na área da pintura na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, no Porto, bem como Educação Visual, em Guimarães, onde passa a residir, entre 1972 e 1974. Nasce então o seu interesse pelo desenho infantil.
Dessa experiência resulta a primeira série de trabalhos que constitui a sua primeira exposição individual, inaugurada em Janeiro de 1974, no Museu Alberto Sampaio, em Guimarães.
Em conjunto com oito artistas e um crítico de arte, funda o Grupo Puzzle, com o qual, durante dois anos, apresenta inúmeras exposições de pintura, instalações e performances, dentro e fora do país, destacando-se a exposição no “Salon de la Jeune Peinture”, em Paris, em 1977. Consegue nesse ano uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar as obras de Picasso, Matisse e Cézanne. Conhecerá aí os artistas Arroyo e Rancillac.
Em 1979 regressa a Portugal e passa a viver e a trabalhar em Lisboa. Em 1981 volta para o Vieiro. Aí dedica-se a pintar e desenhar intensamente, criando séries de grandes dimensões, como “Os Cães”, “Vieiro”, “Delmina” ou “Maria”. Aprofunda o interesse pelos mitos e rituais do mundo rural, começando a definir-se o que se tornaria uma obsessão na sua pintura.
Inicia-se um percurso artístico reconhecido que ultrapassará as fronteiras nacionais.
Em 1982 visita Westkunst, em Colónia, Kassel e a Bienal de Veneza. Ganha o 2º Prémio da Bienal de Lagos com a série “Os Cães”. Participa na exposição “Dessin Contemporain Portugais”, em Bona, Osnabruck e Lausanne.
Regressará em 1983 Retoma o seu trabalho em Vieiro realizando, na Galeria 111, em Lisboa, uma exposição de pinturas e desenhos de rostos de mulheres e perdizes, com citações da Guernica de Picasso, a que Fernando de Azevedo se referiu, no catálogo, como ”Depois do Rosto e dos Frutos”.
Sommer Ribeiro convida-a a integrar a representação portuguesa na Bienal de S. Paulo, no âmbito da qual o seu trabalho receberia uma boa aceitação da crítica, nomeadamente de
Frederico Morais e Mário Barata. Bruno e Jeannette Musatti convidam-na a expor em S. Paulo e recebe o 1º Prémio na Exposição Nacional de Desenho, realizada pela Cooperativa Árvore, Porto.
Em 1986 começa a construir um atelier no Vieiro. Visita a Itália para conhecer melhor a pintura de Giotto, Piero della Francesca e Fra Angelico. Realiza o cartaz comemorativo dos 25 anos da Amnistia Internacional. Participou nas exposições “Kunstler aus Nordportugal”, na Alemanha e Luxemburgo, “Le XXième au Portugal”, em Bruxelas, “Arco 86”, em Madrid, “VII Bienal Pontevedra”, em Espanha, “Nine Portuguese Painters”, na John Hansard Gallery e em Southampton, em Inglaterra.
Em 1987, a pedido de José Saramago ilustra uma reedição do seu livro O Ano de 1993. Expõe a série “Evocações e Êxtases” na Galeria 111, de que fazia parte a pintura “Alda, Espelho do Mundo”, adquirida pela Secretaria de Estado da Cultura.
Em Julho, a convite de Paula Rêgo vai para Londres, onde trabalha num atelier contíguo ao de Paula, beneficiando da amizade e da convivência com a pintora e com o seu marido, Vic Willing. Representa Portugal na exposição “Eighty”, que percorreu várias cidades europeias. Integra as exposições “Arte Contemporáneo Português” no Museu Espanhol de Arte Contemporânea, em Madrid, “70/80 Arte Portuguesa”, em São Paulo e no Rio de Janeiro, e “Five Portuguese Artists”, na Art Society of the International Monetary Fund, em Washington.
Em 1989, da residência artística em Cabo Verde resulta uma exposição no Centro Cultural Português, na Cidade da Praia, no Mindelo, em Cabo Verde, e na Galeria 111, em Lisboa.
Encontra o seu atelier na Costa do Castelo. A Manufactura de Portalegre executa sobre cartão seu a tapeçaria “Amanlis” e a Galeria Ratton encomenda um painel de azulejos baseado na pintura “A Anunciação”. Integra a exposição “Portugal Hoy, 30 Pintores”, no Centro Cultural DeI Conde Duque, em Madrid.
Em 1990, a convite do Instituto Cultural de Macau expõe no Pavilhão do Jardim DO LOU LIM IOC, com um recital de guitarra portuguesa por Pedro Caldeira Cabral. Participa ainda na exposição “A Survey of Portuguese Art”, no Magidson Fine Art, em Nova Iorque.
Em 1991, Graça Morais recebe o prémio SOCTIP – Artista do Ano, no âmbito do qual se realizou um livro-álbum de textos críticos e pinturas representativas da sua obra. Realiza o painel de azulejos para o novo edifício da sede da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa. Integra a exposição “Art in Ibero / American Embassies”, no Art Museum of the Americas Gallery na Organization of American States, em Washington.
Em 1992, visita o Japão a convite de Helena Vaz da Silva para acompanhar o Centro Nacional de Cultura e pintar um diário dessa viagem.. Em Outubro expõe a série “O Mundo à Minha Volta”, na Kimberly Gallery, em Washington, e na Scott Allan Gallery, em Nova Iorque. Ruth Rosengarten prefaciou o catálogo. Participa na exposição “Arte Portuguesa 1992”, em Osnabruck, na Alemanha.
Em 1993, realiza, a convite de Carlos Avillez, a cenografia para a peça “Os Biombos de Jean Genet”, levada a cena em Julho, pelo Teatro Experimental de Cascais. Exposição antológica da sua obra pela Câmara Municipal de Guimarães, no Paço dos Duques de Bragança. Participa na exposição “Os Biombos Portugueses”, no Museu Azabe, no Japão, no Museu de Arte de São Paulo, no Brasil, e na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Casa com o músico Pedro Caldeira Cabral.
Em 1994, para a inauguração da Galeria da Mitra, a Câmara Municipal de Lisboa reúne pinturas das séries “Vieiro”, “Mapas e o Espírito da Oliveira”, “Evocações e Êxtases” e “Tudo à Minha Volta” numa exposição antológica com catálogo prefaciado por Silvia Chicó. Faz parte da exposição “Waves of Influence, Cinco Séculos do Azulejo Português”, no Everson Museum of Art, nos E.U.A. Inauguração da exposição “Graça Morais na coleção da Fundação Paço D'Arcos”, Museu da Água, em Lisboa.
Em 1995, desloca-se a Londres e a Strattford, de Janeiro a Abril, com vista à realização de um trabalho de levantamento e pesquisa para a elaboração da cenografia e figurinos da peça Ricardo II, levada a cena no Teatro Nacional D. Maria II, com encenação de Carlos Avillez. Expõe a série “As Escolhidas” na Galeria 111, em Lisboa com catálogo prefaciado por Manuel Hermínio Monteiro.
Está representada na exposição “Coleção Manuel de Brito – Imagens da Arte Portuguesa do século XX”, no Museu do Chiado, em Lisboa, no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, Brasil. Expõe na FIAC, pela Galeria 111, em Paris.
Em 1997, inaugura em Agosto os painéis de azulejos de sua autoria para a estação de metropolitano Bielorrússia, em Moscovo. Em Outubro expõe na Galeria Ratton, em Lisboa, os painéis de azulejos “Os Cães”, com textos de catálogo de Pedro Tamen. É editado o livro Graça Morais, com textos de Vasco Graça Moura e Sílvia Chico, patrocinado pelo Banco BPI.
Em 1999 a exposição Geografias do Sagrado é apresentada em Itália, na cidade de Trento, e em Lisboa, no Palácio Foz. Expõe Sete Tapeçarias na Galeria Tapeçarias de Portalegre, em Lisboa, e a série Anjos da Montanha, na Galeria Ratton. Joana Morais produz e realiza o documentário Na cabeça de uma mulher está a história deuma aldeia, sobre a sua vida e obra.
Em 2001, apresenta, em Paris, a mesma série no Centro Cultural da Fundação Calouste Gulbenkian e Deusas da Montanha: Uma Inflexão Luminosa no Instituto Camões. No mesmo ano é editado Orpheu e Eurydice, com poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen e pinturas da artista.
Em 2002, exposição na Galeria 111, em Lisboa: A Idade da Terra. É apresentado o livro O Reino Maravilhoso, com texto de Miguel Torga e pinturas de Graça Morais.
Em 2003, a convite da Câmara Municipal de Aveiro realiza a exposição antológica A Terra e o Tempo, Pintura e Desenho 1987/2003, no Museu da República Arlindo Vicente, em Aveiro, comissariada por Fernando Pernes. É editado o livro/catálogo com texto de Fernando Pernes e entrevista com Ana Marques Gastão.
Em 2004, concebe painéis de azulejos para a estação de Metro da Amadora e para a central eléctrica de Vilar de Frades. É editado o livro O Segredo da Mãe, com texto de Nuno Júdice sobre pinturas de Graça Morais (Quetzal).
Em 2005, expõe, na Galeria 111 do Porto, a série Visitação. É editada uma monografia sobra a sua obra Uma Geografia da Alma, com textos de Fernando Pernes, Fernando de Azevedo, João Pinharanda, Ana Marques Gastão, Sílvia Chicó, Nuno Júdice, Hermínio Monteiro, Maria Velho da Costa (Bial). Exposição antológica, no Centro Cultural de Cascais, Retratos e Auto-Retratos, comissariada por Sílvia Chicó. Residência artística, em Sines, durante o Verão, e exposição Os Olhos Azuis do Mar, na inauguração do Centro das Artes; livro editado com texto de António Mega Ferreira e fotografia de Augusto Brázio.
Em 2006, expõe no Centro Nacional de Cultura, Lisboa Orpheu & Eurydice (pinturas da artista e poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen). É apresentada na Galeria da Cordoaria Nacional, Lisboa, a exposição Graça Morais na Coleção da Fundação Paço D’Arcos – Pintura, Desenho e Azulejo 1982 a 2006.
Em 2007, expõe no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante, Silêncios – Pintura e Desenho (org. Cooperativa Árvore). É apresentada a exposição In-sofrimento no Museu Municipal Edifício Chiado, Coimbra. É apresentado, no Porto, no Café Guarany, o livro As Metamorfoses, coautoria Agustina Bessa-Luís e Graça Morais.
Em 2008, é inaugurado em Bragança o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, de autoria do Arquiteto Eduardo Souto Moura. João Fernandes comissariou a primeira exposição Graça Morais – Pintura e Desenho 1982/2005 realizada nas sete salas destinadas ao acervo da artista, constando também algumas obras doadas por Graça Morais ao Centro de Arte Contemporânea/Câmara Municipal de Bragança. Expõe desenhos do Mar e da Terra 1983-2007, no Lugar de Desenho – Fundação Júlio Resende, Gondomar.
Em 2009, inaugura na Galeria Ratton, Lisboa, a exposição de pintura e desenho A Máscara e o Tempo.
Em 2010, o Centro de Arte Manuel de Brito apresenta no Palácio Anjos, Algés, um conjunto de obras em pintura e em desenhos pertencentes à Coleção Manuel de Brito, destacando-se as grandes pinturas sobre tela da série Cabo Verde (1988-1989).
Inauguração de duas exposições em torno de textos e poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen, Anjo de Timor e Orpheu & Eurydice, Casa Fernando Pessoa, Lisboa.
Em 2011, apresenta a exposição Metamorfoses, Pintura e Desenho 2000/2010, comissariada por Jorge da Costa, com obras do acervo e da coleção da Caixa de Crédito Agrícola de Bragança, no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, Bragança.
Expõe “Tempo de Cerejas e Papoilas”, Trás-os-Montes, 2011, na Galeria Ratton, Lisboa, pinturas realizadas tendo como motivo a criação de um painel em azulejos produzido pela Ratton Cerâmicas que será colocado na fachada da nova Clínica de Hemodiálise em Mirandela.
É homenageada pela Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro. O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais e a Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual (APECV) organizam a IX Edição do Concurso de Artes Plásticas "À Descoberta das Nossas Raízes com Graça Morais", dirigido a todos os alunos de todos os níveis de ensino, do pré-escolar ao ensino superior. Apresenta uma nova exposição (renovação do acervo) no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, Terra Quente – Terra Fria, Desenho e Pintura 1978-2002, Bragança, comissariada por Jorge da Costa. Estreia no Teatro Municipal de Bragança o espetáculo coreográfico a partir da obra de Graça Morais, Terra Quente, Terra Fria, direção de Joana Providência, com itinerância por todo o país. É atribuído o Prémio de Artes Casino da Póvoa’2011. Inaugura na Cooperativa Árvore, no Porto, a exposição 2011: A Caminhada do Medo, conjunto de obras sobre papel, catálogo com textos de Laura Castro e António Tabucchi.