Lopes da Costa

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José Filipe Lopes da Costa, conhecido como Lopes da Costa, nasceu em 1891.
Foi violinista, maestro, arranjador e compositor.
Como violinista, integrou diversos agrupamentos musicais, de entre os quais orquestras e sextetos de cordas, apresentando-se em cinemas e teatros de Lisboa – Portugal.  A partir de 1934, exerceu funções em diversas orquestras do sistema orquestral da Emissora Nacional.
Enquanto maestro, arranjador e compositor esteve ligado à música ligeira, representando, nesse âmbito, o paradigma do diretor musical de quem depende significativamente o repertório interpretado pelas suas próprias orquestras. Dirigiu a Foz Melody Band, sediada no Salão Foz, Lisboa, de 1920 a 1934, e as orquestras Ligeira e de Salão da Emissora Nacional, sediadas em Lisboa, entre 1934 e 1937.
Como compositor, escreveu música para o Teatro de Revista, destacando-se Mulheres e flores (1928) em parceria com Raul Ferrão, estreado no teatro do Salão Foz; Sol de Portugal (1929), estreado no Teatro Apolo, Lisboa; Viva da Costa! (1930), estreado no Teatro Variedades, Parque Mayer, Lisboa; Terra Nova (1931) em consórcio com Camilo Rebocho, estreado no Teatro Apolo; Vista Alegre (1934), como co-compositor com Georgina Ribas e Gama Lobo e diretor musical, estreado no Teatro do Ginásio, Lisboa.  Destacou-se, ainda, pelo arranjo de melodias populares urbanas e de matriz rural, muitas vezes interpretados pelos agrupamentos que dirigia.
Iniciou os seus estudos musicais em 1904, aos 13 anos, estreando-se em 1909 como violinista do Teatro da Trindade, Lisboa. Em 1910 concluiu o curso de Harmonia do Conservatório Nacional de Lisboa com a classificação de 9 valores (de 0 a 10).
Em 1920 apresentou-se pela primeira vez como diretor musical da Foz Melody Band, no Salão Foz, dando início a um percurso com esse agrupamento que viria a ser marcado pelo sucesso, pautado por digressões nacionais e internacionais e inúmeras gravações para as discográficas Polydor e His Master’s Voice.
Em 1934, passou a integrar os quadros da futura Emissora Nacional, ainda durante as suas emissões experimentais, como 2º violino da Orquestra Sinfónica daquela estação radiofónica. Dado o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido com a Foz Melody Band, acumulou funções como maestro da Orquestra de Salão e, posteriormente, da Orquestra Ligeira. Com estas orquestras desenvolveu repertório e apresentava-se regularmente nos programas de “música viva” da emissora. Com a mudança administrativa em 1935, verificaram-se sucessivas reestruturações do sistema orquestral da emissora por parte da administração de Henrique Galvão, as quais levaram à extinção da Orquestra Ligeira em 1937.
A Ordem de Serviço nº72 de 30/12/1937, dá conta de que, a esta data, Lopes da Costa ocupava as funções de 2º violino nas orquestras Genérica, Popular e de Câmara. O 12º ponto da mesma ordem, assinada por Henrique Galvão, declara que “tendo sido extintas, por conveniência de serviço as orquestras Ligeira e de Variedades e considerando os bons e relevantes serviços prestados pelos seus chefes – sobretudo o primeiro que durante três anos chefiou a orquestra ligeira – determino que sejam louvados os Srs Lopes da Costa e Belo Marques pela competência zêlo e dedicação com que trabalharam” (as cited in Moreira, 2012).
 
 
Ref. bib.
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Moreira, P. F. R. (2012). Cantando espalharei por toda parte: Programação, produção musical e o “aportuguesamento” da “música ligeira” na Emissora Nacional de Radiodifusão (1934-1949). Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Retrieved from https://run.unl.pt/bitstream/10362/9477/1/TeseDoutoramentoPedroMoreira.pdf
Noticiario. (1910, July). A Arte Musical, 160. Retrieved from http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/ArteMusical/1910/N278/N278_master/ArteMusical_A12_N278_15Jul1910.pdf
Odeon. (1933, January 4). Diário de Lisboa, p. 6. Retrieved from http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=05751.015.04146#!1
Ribeiro, N. (2007). A Emissora Nacional: Das emissões experimentais à oficialização (1933-1936). Comunicação & Cultura, (3), 175–199. Retrieved from https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/10386/1/03_10_Nelson_Ribeiro.pdf