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Lavandiéres

Pintura

ID: MusA-22
Data:
1943 (criação)
Medidas:
64 cm;78 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Numa paisagem rural, despovoada, onde corre um leito de uma ribeira que bifurca em dois braços, um conjunto de lavadeiras encontra-se ocupado a cuidar da roupa. Perfilado por oliveiras, um dos braços da ribeira perde-se à direita na paisagem algarvia enquanto que o outro, virado à esquerda configura-se em pequeno canal. Enquanto algumas mulheres se encontram atarefadas dentro de água outras aguardam fora, de cesto à cabeça ou paradas, encostadas a olhar. 
Em primeiro plano, desenha-se a plataforma de acesso à ribeira onde, à esquerda, uma mulher de pé, recostada tranquilamente num pequeno muro, olha de perfil o grupo de lavadeiras a trabalhar. Pousado no rebordo do muro, atrás dela, encontra-se um jarro de barro. Ao lado desta, no chão, está um balde de madeira com roupa branca a aguardar por alguma lavadeira. 
O leito principal e respetivo canal da ribeira delineam o segundo plano. Á direita, em pleno leito da ribeira duas mulheres trabalham dentro da água, aproveitando as pedras existentes para corarem e baterem a roupa.
Na margem oposta da ribeira, outro conjunto de mulheres são visíveis no centro da pintura. Enquanto que umas trabalham debruçadas na água, outras aguardam em terra, de cestos à cabeça e outra ainda afasta-se por um caminho traçado à esquerda que se perde na paisagem. Ao longo desse caminho peças de roupa secam penduradas num fio suspenso por dois paus. 
A linha de horizonte é delimitada por uma mancha verde acastanhada, longitudinal, que faz alusão a um misto entre o povoado e a vegetação. Separa esta linha a banda celeste azul enublada da paisagem algarvia de ton ocre que dá lugar ao cenário das lavadeiras.
As lavadeiras são um tema igualmente retratado no quadro "rivière et lavandières" (UA-HB-P-9) onde há nítidas similaridades com "Lavandieres" (UA-HB-P-8). A plataforma de acesso à ribeira e o traçado desta última é idêntico, bem como o  direcionamento dos canais. As duas lavadeiras centrais mantêm-se na mesma posição, debruçadas dentro da água, a trabalhar. O elemento feminino, recostado no muro, continua localizado à esquerda do quadro, bem como o próprio muro, que apesar de ter reduzido de dimensões, continua presente. 
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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