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Nu de jeune femme

Pintura
ID: MusA-54
Data:
1944 (criação)
Medidas:
65 cm;81 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Corpo nu, de uma mulher caucasiana, reclinado à cabeceira de uma chaise-longue. A representação feminina assemelha-se à fisionomia de uma sereia.  A cabeça localiza-se no canto superior esquerdo do quadro, as ancas proeminentes desenham-se no centro da tela e os pés recolhidos terminam em ponta, elevados sobre o almofadado da chaise-longue. Os braços, abertos, repousam sobre a cabeceira da chaise-longue. O braço direito dobrado termina com a mão aberta a segurar a cabeça. A mulher de cabelos escuros e curtos, ligeiramente ondulados, tem o rosto redondo, o nariz pequeno e bem delineado, os olhos fechados e os lábios vermelhos carnudos, ligeiramente sorridentes. Os seios são pequenos mas fartos. 
A chaise-longue é debruada a rosas vermelhas sobre fundo verde-água. Num segundo plano é visível a parede onde à direita se encontra pendurado um quadro.   
Técnicamente este quadro evidencia a particularidade de ter sido efetuado de forma rápida. As manchas largas e evasivas estão impressas em todo o quadro. Hélène de Beauvoir focalizava a sua pintura prendendo a atenção em primeira instância no modelo e distanciava-se do enquadramento pintando-o quase de forma anárquica, quer cromática quer ao nível da orientação da pincelada. Neste quadro ambos os planos pictóricos são tonalizados pela sobreposição da mancha, logo pela ausência do degradé e pela ausência de rigor do traço. Estes indicativos não se verificam no quadro "Jeune fille de Faro" (UA-HB-P-27) onde a textura do corpo da mulher é uniforme.
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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