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Femme à la blouse rose

Pintura
ID: MusA-63
Data:
1942 (criação)
Medidas:
60 cm;50 cm (altura;largura) Óleo sobre tela (técnica)
Descrição:
Retrato de uma mulher vestida com traje tradicional nazareno. Sentada em posição relaxada, tem os dois braços pousados sobre o regaço da saia, com os ombros ligeiramente avançados e a mão esquerda sobre a direita numa postura quase de humildade. A modelo, pousa ligeiramente virada para a esquerda, apenas com os joelhos visíveis cobertos pelo avental. 
Ela constitui o único elemento figurativo da obra. Tem os olhos fixo num ponto virado para a esquerda. As sobrancelhas são fartas e compridas acompanhando os olhos expressivos castanhos. Os lábios são carnudos e ligeiramente avançados, a linha do nariz é pronunciada e arrebitada. A testa é coberta pelo chapéu oval típico das nazarenas bem como o lenço preto que lhe cobre o cabelo. A blusa rosa abotoada até ao pescoço, é ornamentada de pequenos bordados no peito. O avental às riscas longitudinais amarelas e laranjas encobre a saia escura. 
Um foco de luz ilumina a modelo em toda a sua metade esquerda, conferindo-lhe contraste com o resto do quadro que surge num ambiente mais escuro. 
As tonalidades que preenchem o fundo do quadro constituem uma miscelânea de verdes acastanhados evidenciando-se em certas zonas algumas manchas amarelas e o clarear cromático branco, demarcados por pinceladas largas. 
História/origem:
A primeira fase da carreira de pintora de Hélène de Beauvoir é considerada figurativa. Não querendo copiar as tendências em voga na época, recusou experimentar o género mais abstrato, mais cubista, mais “picassiano”. É inspirada por alguns pintores expostos no Louvre, nomeadamente por Antoine Watteau, por quem ela demonstra ter bastante admiração. Os seus quadros combinam vários géneros bem como elementos pictóricos próprios do século XVIII, como o elemento feminino e apaixonante e as paisagens bucólicas. Os críticos da época consideram que a sua pintura é sustentada por uma tradição muito clássica, firme na sua maneira de pintar e no equilíbrio da sua composição (L’Européen, 1936). 
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